sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Divindades e Crenças

Recentemente uma coisa me chateou bastante no Facebook e postei uma coisa no meu mural como um desabafo bem grande. As pessoas, às vezes, tendem a querer que os demais acreditem no mesmo que elas, que todos vivam de acordo com as mesmas regras que elas, que o que é proibido ou pecado para elas o seja também para todos os demais. Isso é uma grande besteira! Quando estamos falando de fé, falamos de algo pessoal, MUITO pessoal e se algo é pessoal, não é grupal, não é coletivo. Ainda que 1000 pessoas tenham a mesmíssima religião, haverá 1000 maneira de ver essa religião, porque cada um tem seu ponto de vista, cada um tem seu próprio conflito, cada um tem seu próprio interesse...


Eu acredito nos Deuses Antigos, nos Espíritos da Terra, nos Espíritos do Outro Mundo (que são todos aqueles que já viveram no nosso Mundo) e outras coisas mais fazem parte das minhas crenças, e ninguém, além de mim, precisa acreditar nelas.


E assim era nos tempos antigos. Lembro-me muito bem de uma aula de Língua Portuguesa da minha 6ª série em que estudávamos sobre mitos gregos e minha professora falou que os mitos tinham incontáveis variações, dependendo da região da Grécia onde eles eram contados, e se alguém de outra região os escutasse, não criticaria o contador dizendo que estava errado, mas conseguiria ver por trás das palavras a mesma essência de sua própria versão. Isso fez sentido para mim, pouco para aquela época, mas fez. O mesmo acontecia com os Deuses Celtas. Cada clã, cada povoado, cada região tinha um(ns) Deus(es) patrono(s), geralmente diziam que eram descendentes dele(s), e aquela(s) divindade(s) específica(s) era(m) cultuada(s) em todos os momentos, fazendo parte do corpo de crença daquela região, daquele povoado, daquele clã. Os irlandeses não adoravam todo aquele panteão de Deuses de uma única vez. É possível que algumas tribos nem soubessem de determinadas divindades honradas em outras regiões. E da mesma forma que os Celtas daquela época, somos nós hoje em dia: cada pessoa no mundo acredita numa coisa, seja ela em Deus, Jesus, Buda, Odin... essa é a sua crença, é ali que ela deposita a sua fé, e eu a respeito por isso. Até aqueles que não creem em nada, creem que não creem em nada.


Nasci numa família em que todos conhecem o Oculto e já trabalharam com ele por muitas gerações e sempre tive a liberdade de escolha da minha fé. Mas isso não facilitou para mim. Finalmente me encontrei no RC, no Druidismo, ou seja lá qual o nome que se dê ao que eu pratico e nele encontrei, obviamente, minhas afinidades com o divino. Desde que comecei tinha como adoração um grupo de Deuses que com o tempo foi se fortificando ou enfraquecendo. Hoje, posso dizer que sou "devoto" de 2 Deuses específicos, mas não significa que deixe os outros esquecidos ou renegados: Oghma, que foi por quem me identifiquei desde o início, e até hoje não sei o por quê; Morríghan, minha Mãe e Rainha que está sempre nos meus pensamentos, nas minhas orações e nas minhas oferendas. Tenho carinho por Daghda, Lugh, Manannán, Bríd, Airmid, Tailtiu, Áine... Isso me faz diferente dos demais? Claro, e agradeço aos meus Deuses por isso, pois sei que o que eles mais gostam é da nossa própria diversidade.


E você, no que acredita? Seja no que for, abençoado seja você.

Um comentário:

  1. Perfeito, muinteoir!!!

    Fico feliz com como mtos dos nossos "queridinhos" são os mesmos :3

    O essencial é respeitar a crença do coleguinha, né não?

    ResponderExcluir