segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Espíritos da Natureza

Tenho um amigo irlandês que é fotógrafo, apresentador de um programa de tv e escritor. Ele há um tempo perguntou sobre experiências com "elementais da terra", pois é o tema de um dos próximos livros. E eu contei pra ele alguns dos meus contatos com esses seres. E enquanto contava minha história a ele, lembrei de muitas outras que ouvi antes e de muitas outras histórias como essas que milhares de pessoas tem para contar por todo o mundo.


A existência desses Espíritos não é exclusividade dos celtas, muitas outras culturas os conhecem, apenas dão outros nomes a eles. Aqui no Brasil temos vários desses contos como o Saci, a mula-sem-cabeça, Iara e tantos outros. A grande questão é que esses Espíritos estão sobre (e sob) esta terra há muito tempo, há incontáveis eras. Há muitos filmes que podem contar suas histórias, mas o mais recente que vi foi "Não tenha medo do escuro". Tirando o tom de terror do filme, o filme dá algumas dicas sobre esses seres.


Quando eu morava num sítio, aqui no Rio, eu sempre escutava barulho ao redor da casa à noite e com o tempo, à medida que eu ia fazendo as minhas oferendas e os meus trabalhos, eles começavam a entrar em casa e era possível escutar os passos andando pela casa e às vezes até mesmo mexendo nas coisas. Claro que eu morria de medo, mas era um medo do desconhecido, pois nunca os havia visto. Um dia, depois de fazer algumas coisas em casa, aproveitei que estava sozinho e deitei no sofá para dormir um pouco. Acordei um tempo depois meio grogue ainda e vi, parado diante de mim, uma criatura marrom, bem terrosa, segurando um cajado me olhando fixamente, como me estudando. À medida que eu ia finalmente acordando todo o corpo e começava a poder me mexer, a criatura foi desparecendo. De início fiquei com medo, mas sempre que me lembrava da expressão daquele Espírito, eu me sentia calmo novamente. Acho que eles tiveram mais curiosidade em saber quem era aquele que deixava coisinhas para eles aos pés das árvores ou em pedras pelo caminho.


Esses Espíritos sempre se mostraram pacíficos a mim, talvez porque eu sempre os tenha tratado com respeito, ou porque tive sorte, vai lá saber. Mas já ouvi histórias antigas de pessoas que passaram maus bocados com eles. As fadas do filme que citei apresentavam um lado mal, mas era por outro motivo, era por estarem cobrando o que lhes havia sido oferecido há muitas gerações antes. Até depois que me mudei, continuei recebendo ajuda deles: quando o meu gato Romão (sim, eu dou nome estranho pros meus gatos) fugiu, eu fiquei muito preocupado porque ele é meio bobão e não conhecia a localidade e moro perto de uma movimentada estrada. Pedi a eles que o trouxessem são e salvo. E em algum tempinho ele apareceu com a maior cara de safado do mundo! ^^


Alguns os chamam de fadas, outros de elementais, outros de sídhe. Independente dos nomes, todos eles fazem parte deste mundo, e estão em muito mais contato com ele do que nós. Aprenderemos com eles se nos mantivermos em harmonia com o nosso Mundo, com o nosso eu. Deixe um pouco de leite aos pés de uma árvore, alguma fruta, algo assado por você, cerveja e até mesmo mel e veja que esses Espíritos começarão a ajudar você de alguma forma.

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